O cinema de terror de autor está na moda e percebemos a existência de diversos filmes com esse objetivo, sendo este filme com clara marca de Bodyhorror um desses filmes, estreado nos meses de verão em plena competição pelos blockbusters, mas com resultados consistentes do ponto de vista critico. Comercialmente fica a clara ideia que é um filme algo limitado, mas que conseguiu resultados razoaveis tendo em conta as suas previsões iniciais.
Sobre o filme podemos dizer que o filme, do ponto de vista visual consegue impressionar, tendo subjacente o tema da perda de um filho e a forma como psicologicamente isso pode afetar uma mãe. Nisso o filme é intenso, é forte, tem momentos em que o seu impacto emocional funciona ainda com mais dor do que as mais do inumeras tentativas de provocar nojo no espetador, num filme que nos parece sempre demasiado preocupado em impressionar nesse ponto do nojo mais que horror.
O filme consegue transmitir o que quer, embora narrativamente fiquem demasiadas perguntas por responder. Fica a clara ideia que o filme tem uma formula mas que o seu crescimento e acima de tudo a forma como tudo e explicado fica a meio caminho. Isso conduz a um filme que nem sempre seja coerente em justificações embora impressione e tenha sempre uma boa batuta por parte da interpretação de Hawkins.
Por tudo isto um filme intenso, que consegue provocar no espetador os sentimentos que quer ter, embora com este estilo exagerado de Bodyhorror tal nos pareça muitas vezes demais. Perde-se demasiado nos pensamentos e no oculto quando funciona melhor nas sensações mais terreas na loucura das diversaas personagens.
A historia fala dois irmãos orfãos que acabam por ser adotados por uma mulher marcada pela perda da sua filha a qual começa a ter comportamentos estranhos principalmente para o mais velho e para um jovem que se encontra fechado dentro de casa.
O argumento do filme funciona bem nas dinâmicas psicológicas de perda, mas ao mesmo tempo tem dificuldade na explicação de alguns pontos concretos do porque das coisas principalmente na ligação e explicação do oculto.
Na realização temos os irmãos Phillipou, uma nova vaga de cineastas de terror os quais tinham funcionado bem em Talk With Me, mas aqui humanizam mais a historia e exageram mais no horror e na impressão dos momentos. Fica a sensação que o filme é competente, mas poderia ter mais artistico.
No que diz respeito ao cast a intensidade de Hawkins funciona e leva o filme ao seu ritmo, os diversos momentos. Os mais novos conseguem beneficiar bem desta moleta, e principalmente o lado camaleónico do jovem Wren Phillip.
O melhor - A forma como o filme consegue jogar com os reflexos da perda
O pior - Demasiada tentativa de impessionar pela repulsa
Avaliação - C+